"— O que eu faria sem você? — Perguntei, insegura demais pra me deixar levar pela brincadeira que estavam fazendo. Eu era trágica, era pouco sociável, mas mesmo assim eu tinha sentimentos. E se não fosse por aqueles olhos gentis e amigos terem me segurado firmemente e me tirado dali, eu talvez não aguentasse por muito tempo. Porque eu era frágil demais. Uma folha de papel. E eu rasgava. Olhei no fundo de seus olhos, e logo um sorriso foi lançado pra mim. Um sorriso de canto, debochadamente engraçado. Humor de verdade, não um pseudo-ataque que eu tinha que aguentar. — Me diga você. — Um sorriso maior. Eu poderia lhe dizer, mas preferi manter aquele segredo comigo. O que eu seria sem você, querido amigo ? Sorri, feliz: absolutamente nada."
Lorena says: Esse foi um pequeno tributo à todas as amizades. Principalmente as minhas.
Brilhava como fogo percorrendo minhas veias, brincava com meu dedos. Me fazia gritar. Eu não sabia o que era, não sabia o que sentia. Era dor, era insanidade? Eu tinha medo. A luz me cegava o suficiente para que eu pudesse ver. E eu não via, não conseguia ver mais do que aquilo escorrendo pelos meus dedos. Não era sangue, não doía muito. Era mais translúcido, mas branco, mais brilhante. Era sentimento. Era muuuuito mais puro. Puro o bastante pra mim. Ácido, verdade, mas puro. Eu desejei boa noite para meu brilho, esperando que o brilho avermelhado à minha volta continuasse ali pela manhã. Abri os olhos, insana de saudades e solidão. Nada. Nem um brilho, nem uma luz, nem um líquido. Só uma mancha. Abri a janela, e olhando para o horizonte vi o brilho. Aquele era o Sol brilhando pra mim, minha luz escarlate.