quarta-feira, agosto 4

# sonhando.


A diferença não a fazia infeliz, embora tentasse a mais tempo do que era possível contar. Tinha nome de flor, cabelos coloridos, indiferença à plenitude, ódio ao completo, desejo pelo escondido. Nunca foi normal, porque sabia da verdade. Ninguém é normal, nunca. Mas parecia uma verdade unicamente restrita. Restrita para os pensadores, filosóficos e sonhadores.
Sorriu para o céu, conforme saiu, o vento tocava seu rosto, quase como veludo acariciando sua pele, e tão doce quanto um amor adolescente.
Subiu no carro, dizia adeus à sua casa - não adeus, até logo. Gostava de ser dramática. Só estava indo estudar, mas esse teatro seguia dia após dia. Tinha fome, sono, mas começou lentamente a dirigir e logo chegava a praça. Talvez não fosse o certo, mas não ligava. Achava que as aulas eram um desperdício de tempo e de raciocínio da parte dela. Correu em meio à folhagens e pequenos arbustos, encontrando um lugar quase que mágico, uma colina coberta das mais lindas flores. Roxas, pequenas e chamadas de pragas por simplesmente nascerem em enormes quantidades - Bom dia amigas, hoje nós vamos sonhar. - suspirava entre o deitar-se nas flores, e o pensar. Acreditava que sonhar a faria trazer seus sonhos para a realidade. - Talvez um dia o mundo nos aceite como somos, e ninguém vai reclamar de nós. - Suspirou. Seus sonhos algum dia seriam atendidos.