quinta-feira, outubro 1

Historinhas da tia Lore *-* /3

Parte 3 - Coisas estranhas acontecem

Ela recobrou a consciência e subiu as escadas sendo seguida pelo garoto. Não haviam trocado uma sequer palavra. Chegaram ao segundo quarto à direita Destiny girou a chave e abriu a porta, tomou a mala da mão de Guilherme e olhou uma última vez em seus olhos, PRETOS, que insatisfação!

- Hã, obrigada… por trazer minha mala.
- Tudo bem. – Ah, que ódio, até a voz dele era perfeita.
- Eu sou Destiny.
- Eu sou Guilherme. É um prazer te conhecer.
- Igualmente – NÃO, não é, e ela torcia para que ele fosse um demônio, queria matar alguém e ir embora logo. – De qualquer modo, obrigada.
- Não foi nada, e…
- GUILHEEEEEERME - ouviu-se a voz da Bianca lá de baixo.
- Bom, essa é minha deixa. A gente se esbarra por aí.
- Com certeza.
Ele virou de costas, e quando estava descendo as escadas Destiny ficou olhando para a bunda de Guilherme. A cabeça estava levemente inclinada para o lado e uma voz acabou por assustar Destiny, uma velhinha do quarto ao lado fez um barulho estranho e Destiny a olhou.
- Você não deveria estar fazendo algo mais prestativo do que olhar a bunda desse garoto?
- Ah, até parece que você não fez pior do que isso quando era mais nova.
- E continuo fazendo – A velha disse rindo.
- Gostei de você.
- Também, minha jovem.
Destiny sorriu e entrou no quarto. Não era de todo feio, era azul claro, com um armário de Carvalho, uma porta que levava a um banheiro e uma cama; e uma janela grande. Tinha também um espelho relativamente grande, parou na frente dele e se olhou calmamente. Estava com cara de sono, com olheiras enormes e suja. Não se importou muito. Guardou a mala embaixo da cama, mas não sem antes enfeitiçá-la para que apenas ela pudesse abrir.
Entrou no banho, limpou-se e não demorou muito, sentia todos os músculos de seu corpo relaxar. Enrolou-se em uma toalha branca e colocou um pijama, trocou a roupa de cama por uma que estava no pé da mesma, deitou-se e ficou imaginando como seria sua vida senão essa? Não queria trocar de vida, só queria poder descansar mais. Olhou através da janela, pela posição do sol ainda deveriam ser duas da tarde. Não era como se ela ligasse.
Adormeceu antes de qualquer outra coisa.


Acordou depois de um dia, já se sentia melhor. Mas estava se odiando, havia perdido muito tempo no qual poderia ter completado sua missão. Pegou uma roupa de dentro da mala, vestiu-a e desceu, pegou uma xícara de chá que estava disponível para os moradores da pensão, pegou um jornal e começou a ler, ela lia rápido demais, mas lia tudo com detalhes que muitos não percebiam.

“Morte ocorre em Itãpuori, cidade no interior de São Paulo. A morte da estudante de 15 anos, Amanda Rivertoy, ocorreu na noite de sábado e é mais uma da lista de mortes ocorridas na região sem explicações.
Possivelmente essa é uma ação de um serial killer. Cuidado moradores das redondezas, alguém ou algo está à solta.

Mais informações pág. F5”




Destiny quase pode ver uma lâmpada se acendendo em cima de sua cabeça. Havia algum demônio por aí, e ela tinha que descobrir quem é. Na sua cabeça estava claro que era Guilherme, mas os olhos e a temperatura dele deveriam ser diferentes.
Deixou o jornal em cima da mesa e bebeu o resto do chá, subiu novamente para seu quarto, não viu ninguém, não ouviu ninguém, a essa hora, eram poucos os acordados. Alias, não eram poucos, não tinha ninguém acordado, fora ela.
Pegou seu celular e digitou um número conhecido, esperou que chamasse, e depois do quarto toque atenderam.
- Alô. – Uma voz sonolenta atendeu, é ele tava dormindo. Esqueceu-se do fuso horário outra vez, deveriam ser umas sete da manhã, pra eles nos EUA.
- Seth.
- Destiny, como vai? Soube que teve mais um trabalho bem sucedido. – Seth era um transmorfo, se transformava em um lobo gigante. E era o melhor informante de Destiny.
- É, mas sabe que não estaria ligando se não fosse importante.
- Sei, pode dizer.
- Pesquisa pra mim sobre demônios com cor de olhos normais.
- Isso é possível? Eles não tinham que ter olhos vermelhos?
- Bom, eu também achava. Mas não tenho mais certeza de nada.
- Tudo bem, essas são as palavras que eu nunca esperei escutar de você, garota.
- Obrigada pelo apoio moral Seth.
- De nada, pequena.
- Não sou pequena, você que é alto demais.
- Tá, tanto faz. Espera um pouco Leah, eu to no telefone, saco. Eu tenho que deslligar.
- A sua irmã vai brigar com você, não é?
- Com certeza. Eu pesquiso e te ligo ainda hoje, pode ser?
- Quanto mais cedo melhor. Ah, e Seth ?
- Fala. Leah, já vou desligar. Dá pra esperar, é importante.
- Pesquisa sobre mortes em Itãpuori e região, e tenta cruzar o lugar das morte, ok?
- Não podia ter pedido algo mais simples não ?
- Não. Senão não ia ter graça, concorda?
- Certo. Mais alguma pesquisa louca que vai me matar de cansaço até o final do dia?
- Não, até porque, se tivesse eu te contaria. Não dorme de novo, ok ? Preciso dessa informação.
- Tá, não vou dormir…muito. Tchau Destiny.
- Tchau Seth, se cuida.

Destiny passou a tarde pela cidade, passeando, relembrando dos momentos normais de sua vida. Comparando-os. Não falou com ninguém. Não, ela não era anti-social, mas estava a muito tempo sozinha, podendo confiar apenas em si mesma, e mais ninguém. Não conseguiria ter um diálogo normal com alguém por mais de cinco minutos. No final da tarde, seu celular começou a vibrar. Ela atendeu rapidamente. Olhou no visor : Seth bundão
Sorriu lembrando-se que no dele estava escrito: Destiny peituda.
- SETH , tudo bem?
- Cansado, mas bem. Hey Destiny, você nunca vai adivinhar o que eu consegui.
- Se você não me contar, nunca vou descobrir mesmo. – Ela riu. – Alias desculpa por hoje de manhã, eu tava de péssimo humor.
- Tudo bem, você tem um trabalho em tempo integral muito estressante.
- E tenho o melhor amigo do mundo – Ela disse.
- Eu sei que tem. Bom, vamos ao assunto. Todas as morte na cidade de Itãpuori ocorreram sempre perto de uma boate, e ocorre de
duas as três vezes durante a semana, já fazem três semanas. Toda sexta, sábado, e algumas quartas. Eu te passo o endereço por mensagem porque eu realmente não sei ler português e não dá pra traduzir isso.
- Tudo bem, manda que eu vou lá agora, e quando a ela abrir eu vou me infiltrar lá pra pegar a coisa.
- Achei que fosse um demônio, ou vampiro, ou bruxo; mas não uma coisa!
- É, mas se a minha intuição estiver certa, é uma coisa. Seth, vou desligar, se cuida.
- Você também Destiny.

Destiny desligou o celular e esperou pela mensagem, que não demorou muito. Sorriu feliz, agora entrava em ação a parte que ela mais gostava, os disfarces.


Foi isso, brigada por ler , COMENTA, EU IMPLORO

Um comentário:

Amanda Martins disse...

adorei esse capítulo, nossa, a Destiny tem um melhor amigo, Seth!